Stathis Orphanos / Grécia
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Cinzentos
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Ao olhar uma opala meio cinzenta
lembrei-me de dois belos olhos cinzentos
que vi; haverá uns vinte anos. . . .
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Durante um mês amá mo-nos.
Foi-se embora depois creio que para Esmirna,
para lá trabalhar, e nunca mais nos vimos.
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Ter-se-ão desfeado - se vive - os olhos cinzentos;
ter-se-á estragado o belo rosto.
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Memória minha, guarda-os tu tais como eram.
E, memória, o que podes deste meu amor,
o que podes traz-me de volta esta noite.
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Konstandinos Kavafis / Grécia
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Tradução de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis
(POEMAS E PROSAS, editora Relógio d´Água)