25.1.09

ΚΑΤΑ ΤΙΜΑΡΧΟΥ

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Contra Timarco
Discurso proferido por Ésquines em Atenas no ano 345 a.C.
Contexto Político
Ésquines fora enviado em embaixada para Megalópolis, na Arcádia para preparar uma liga liga pan-helênica contra a Macedônia. O projeto fracassou, e Ésquines percebeu que Atenas ficaria isolada. Em vista disso, Ésquines procurou uma política de concessões. Em 346 a.C. foi encarregado de negociar a paz com os macedônios.
Em 345 a.C., Demóstenes e Timarco acusaram Ésquines de ter sido corrompido por Filipe. Através de brilhante oratória, no discurso Contra Timarco, Ésquines contra-argumentou que Timarco não tinha direito a voz devido à sua depravação, por ter sido o eromenos de muitos homens na cidade portuária de Pireu quando jovem. O argumento foi aceito e Timarco perdeu seus direitos políticos (atimia).
Demóstenes afirma que essa condenação destruiu a carreira política de Timarco. Esse comentário é interpretado por Pseudo-Plutáraco na obra As Vidas de Dez Oradores como indicação que Timarco teria se suicidado. Essa interpretação é contestada por alguns historiadores
Relevância
O discurso Contra Timarco é importante pela extensa citação das leis atenienses, e também pelas informações sobre a tolerância a relacionamentos homosexuais masculinos na época. O discurso mostra que tais relacionamentos entre homens e jovens eram tolerados, desde que baseados em atração mútua. Ésquines menciona suas próprias atrações, disputas e poemas dedicados a meninos. Por outro lado, a prostituição masculina, com sexo em troca de dinheiro, era condenada, como a sentença contra Timarco mostra.
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Se qualquer ateniense se prostituir, não terá permissão para se tornar um dosnove arcontes, para qualquer sacerdócio, para atuar como advogado do povo ou exercer qualquer ofício, em Atenas ou outro lugar, por sorteio ouvotação; não terá permissão para ser enviado como arauto, para fazer qualquer proposta na assembléia dos cidadãos e em sacrifícios públicos,para usar florão, quando todos usarem, para entrar em local de reunião purificado para a assembléia. Qualquer pessoa que, tendo sido condenada por prostituição, desobedecer a qualquer dessas proibições, será condenadaà morte.
Ésquines, Contra Timarco, 21
trad. Ordep Trindade Serra

1 σχόλιο:

Deus_grego είπε...

No séc. V a. C existia em Atenas um bairro chamado Cerâmico,
com ruelas estreitas, muradas altas e escuras. A vida ali era intensa, dia
e noite, de dia com o comércio, pois ali funcionavam as principais
oficinas de artífices, e a noite funcionavam cantinas e bordéis. Em
Cerâmico, a prática da prostituição era liberada, tanto a feminina como a
masculina, praticada por jovens que a usavam para sobreviver, mas às
vezes também por jovens de boa família que a praticavam como vício.
Como exemplo, temos a história de um jovem ateniense chamado
Timarco, de grande beleza e de boa família, que começou a se prostituir
nas ruas de Cerâmico e Pireu. Ele buscava o prazer puro e simples. Era
um “devasso”, chegando a ter dois amantes ao mesmo tempo. Ao
chegar à idade adulta entrou na política, no entanto foi atacado por
Ésquines em um discurso que se tornou célebre. Ésquines expôs a
público seu passado e por causa disso Timarco veio a suicidar-se. Em
outra situação, o escritor Sófocles caminhava por Cerâmico e agradou-
se de um jovem que vendia seu corpo no local. Foram os dois para um
canto sombrio das muralhas. Depois desse breve encontro, o jovem
apossou-se do manto de Sófocles e deixou em seu lugar seu pequeno
manto de criança. Sófocles teve que usar essa roupa curtíssima para ir
para casa. Ao atravessar Atenas nesses trajes, foi motivo de riso e o
caso causou grande rumor na cidade. O filósofo cínico Diógenes
também foi testemunha de outro caso: viu certo dia Demóstenes num
prostíbulo e, apesar do esforço deste para se esconder, tomou-o pelo
braço, levou-o até a rua e o mostrou-o aos transeuntes: “Vejam aqui o
chefe do povo ateniense!”. Para evitar ser reconhecido, Demóstenes, o
maior representante da eloqüência ática costumava freqüentar esse
lugar vestido de mulher.
A sociedade e a lei ateniense permitiam a prostituição masculina,
mas proibiam seus praticantes de ocupar cargos públicos, pois
acreditava-se que se um homem vendesse seu corpo, não hesitaria em
vender os interesses da cidade.

LUIZ CARLOS PINTO CORINO: HOMOEROTISMO NA GRÉCIA ANTIGA –
HOMOSSEXUALIDADE E BISEXUALIDADE,
MITOS E VERDADES

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