10.3.08

ΕΝΑ ΣΟΝΕΤΟ ΤΟΥ ΓΚΛΑΟΥΚΟ ΜΑΤΟΖΟ

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SONETO 269
A SAFO
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Poeta, poetisa, ator, atriz.
Em Lesbos, Paraíba masculina,
verbera do amor grego a voz divina
na musa, semideusa, irmã, matriz.
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Depois de mares, séculos, brasis,
Paraguaçu, Bartira, Leopoldina,
a Xica, a dona Bêja, a nordestina,
Florbela Espanca, cá como em Paris.
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As que não desejaram, desejadas,
cientes ou então à revelia,
se tornam fadas, dadas, camaradas.
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Na terra da ancestral filosofia
raríssimas poetas são safadas;
Milhares de mulheres, hoje em dia.
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Glauco Mattoso / Brasil

1 σχόλιο:

Deus_grego είπε...

Glauco Mattoso é sobejamente conhecido como poeta fescenino, que
satiriza todas as facetas da natureza humana (política, filosófica,
religiosa, literária, musical) mas concentra o fulcro de sua temática
nos tabus sexuais (sadomasoquismo, fetichismo, coprofilia); entretanto,
a homossexualidade faz parte da biografia do poeta desde suas primeiras
experiências podólatras, numa infância marcada pela humilhação perante
os demais meninos, que abusavam do deficiente visual. Independente do
masoquismo que Mattoso cultiva obsessivamente, grande parte da temática
de seus sonetos aborda a questão homossexual de maneira genérica e
abrangente, numa perspectiva que pode ser compartilhada pela maioria da
minoria, ao contrário da podolatria, que é sempre minoritária mesmo
entre as maiorias.

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